Sumário: Aprenda a estudar inglês sem que isso lhe tome horas do seu dia, definindo metas flexíveis e estudando como uma “criança”.

Quando decidi aprender Inglês, iniciei uma longa busca na internet pelos especialistas no tema, os poliglotas. A inda guardo no meu peito alguns deles, foram fundamentais em minha jornada, mas há algo que nunca esqueci . Um vídeo do canal What I’ve Learnt, intitulado, “How To Learn a Language: INPUT (Why most methods don’t work)”. O que me marcou neste vídeo foi a ideia a qual o autor se referia. De fato, não aprendemos a nossa língua materna estudando gramática, aprendemos através de um processo interativo, com feedback dos nossos pais, erros e mais erros. Aquele vídeo me fez questionar se não seria possível aprender um idioma como uma criança, de fato para mim foi possível. Desde aquele vídeo eu aprendi Inglês, Francês e iniciei Norueguês.

Ao longo dos anos fui adaptando aquela ideia e criando um método próprio, condizente com o meu conceito de produtividade, que não era inflexível, como muitos abordam. Sobre a flexibilidade tratamos sobre ela em breve, quando formos tratar sobre as metas, primeiro precisamos entender a razão pela qual você quer aprender o idioma.

No site The French Experiment, os autores criaram sete etapas as quais o estudante pode utilizar para aprender um idioma, a primeira etapa é referente às motivações dele. Essa motivação está conectada ao nível de inglês que é necessário aprender. Se for viajar em seis meses, é preciso algumas palavras chaves, um livro denso de gramática pode não ser relevante para sua situação, talvez algumas aplicações que focam na aprendizagem por contexto lhe sirvam melhor,
como o Duolingo ou Memrise. Por outro lado, manter uma conversação com um nativo requer entender a gramática do idioma, uma vez que é preciso entender a mecânica do idioma. Portanto, comece decidindo a razão pela qual quer aprender o idioma, é algo básico? Quer conversar com nativos? Quer alcançar um nível no qual possa ser considerado um nativo?

Escolhido seu objetivo, é hora de planejar. Nesta parte há a maior taxa de desistência. Não apenas no campo dos idiomas. Eu cheguei a conclusão de que é pela forma perversa como entendemos a auto-disciplina. Eu prefiro abordar ela em doses, tem dias que eu tenho mais ou menos disposição, todo mundo tem dias ruins. Por isto, desde então aplico a estratégia criada por R. Aaron, chama-se MTO. Ela consiste em definir uma meta e ao invés de entender ela como um ente binário, neste caso, sucesso ou fracasso.

Você divide ela em três etapas:

  1. Mínimo
  2. Alvo
  3. Mais que o esperado

Mínimo, refere-se ao que você sabe que pode fazer mesmo nos piores dias possíveis, por exemplo, para mim sobre a escrita eu sei que no mínimo sou capaz de escrever 500 palavras por dia. O meu alvo é 750. Seria o cenário perfeito, em dias onde há plena disposição para tanto.Por fim, se eu estiver com ânimo nas alturas eu posso produzir mais que o esperado, 1000 palavras. Nesse caso, escrever 500, 750 ou 1000 significa sucesso, desde que o mínimo seja feito, não há fracasso. No geral, métodos inflexíveis nos levam a frustração e desânimo. O que acaba nos levando a desistência. Da próxima vez que for definir suas metas para aprender Inglês, pense sobre isto.

Uma situação onde isto pode ser aplicado e que também tem relação com o vídeo do canal What I’ve Learnt é a quantidade de leitura. Como disse, a ideia central é que podemos aprender um idioma como uma criança o faz, algo inerente desde processo é ouvir o idioma bastante, bastante, sério, bastante mesmo. Isto pode ser feito de duas formas:

  • Intensiva: Leitura recomendada para quem está começando, consiste em parar e anotar palavras novas, estudar a construção delas.
  • Extensiva: O objetivo é ler o máximo que puder, quanto mais palavras você ler, mais palavra saberá (você pode ignorar o que não souber, uma vez que está lendo bastante, uma hora a palavra volta e você aprenderá ela). Essa leitura é recomendada para quem está em um nível intermediário do idioma.

No site The French Experiment, os autores sugerem a leitura de textos curtos, como HQs. Opte por HQs com linguagem cotidiana. As minhas preferidas são: Asterix e Obelix, As aventuras de Tintim e conteúdo da DC Comics (No geral).

A mesma ideia se aplica a prática de ouvir, recentemente assisti mais de 30 horas de vídeo em FR (não de uma única vez, claro), enquanto acompanhava o jogo GOW (God Of War) no canal Galax. Certamente muitas palavras foram apreendidas além de impulsionar o entendimento do idioma. Costumo manter um bloco de notas com essas palavras para consultar e estudar elas.

Porém, não só ouvir e ler viverá o homem. Em algum ponto a gramática é importante, eu prefiro fazer isto mais tarde, o critério é seu. Quando o faço opto pela coleção Vocabulary in Use. Há para diferentes idiomas, os livros contém exercícios e material suplementar. Desta forma você será capaz de entender profundamente o idioma e usar esse conhecimento para escrever e se expressar melhor. Ao final, você pode optar por uma versão mais específica do idioma. Um livro que trata sobre Business, ou uma abordagem mais coloquial. Isto lhe ajudará a superar o plateau, ou seja a estagnação no aprendizado do idioma.

Por fim, aprender um idioma é uma tarefa de paciência e resiliência, mas uma forma de sabotar isto: escolher caminhos complexos ou fora da sua realidade de tempo. A ideia deste ensaio é te ajudar a ver esse processo por uma outra ótica, na qual você usa o tempo disponível e estabelece as suas metas de forma eficiente, usando a estratégia MTO.